terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA NA EXECUÇÃO DA PENA

O modelo pioneiro, adotado pelo Estado de Minas Gerais, visa à construção de estabelecimentos penais em parceria com a iniciativa privada. Os custodiados devem freqüentar uma jornada de 4 horas de estudo e 6 horas de trabalho, diariamente, um modelo muito semelhante com o sistema da Inglaterra.

Os parceiros privados, denominados Gestores Prisionais Associados, devem seguir rigorosamente as previsões contratuais no desenvolvimento das atividades, sob pena de multas e não repasse de verbas pelo parceiro concedente, no caso o Estado, os objetivos da parceria devem alcançar determinados padrões.

Trata-se da exploração de determinados serviços delegados pelo Estado, ou seja: serviços que o Estado deveria oferecer que transfere esta responsabilidade aos parceiros, tais como: serviços de assistência médica; de educação básica e cursos profissionalizantes, além de alimentação, assistência social e psicológica.

O poder público tem a responsabilidade de fiscalização dessas atividades, além da segurança armada nas muralhas e a segurança externa em cada unidade que compõe o Complexo Penal. Como a Constituição Federal trata como indelegável, atividade como segurança e a disciplina devem permanecer nas mãos do Estado, pois, a atividade penitenciária é típica de estado.

Nesse modelo  o preso terá cada três dias de trabalho, redução de um dia na pena e mais um dia de redução para cada 12 horas de estudo

Vejamos o posicionamento do CNJ a respeito da matéria:
“Se esse modelo de parceria público-privada de gestão penitenciária possibilitar a qualificação e a ressocialização dos presos, como prevê o contrato de concessão administrativa, eu aposto nessa ideia. Hoje, pelo modelo público atual, o preso sai pós-graduado em criminalidade”, afirmou o coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do Conselho Nacional de Justiça (DMF/CNJ), Luciano Losekann, sobre as atividades do Complexo Penitenciário Público-Privado de Ribeirão das Neves, inaugurado este mês, na região metropolitana de Belo Horizonte, em entrevista concedida à TV Justiça.

O primeiro presídio construído e administrado pela iniciativa público-privada foi inaugurada no Estado mineiro. Nele não tem agentes penitenciários, mas monitores. As celas serão abertas e fechadas automaticamente. Há sensores de presença, energia elétrica automatizada e quase 300 câmeras vão mandar imagens para torres de vigilância. Pelo contrato, a empresa responsável pode perder repasses de dinheiro do governo se houver falhas, como uma rebelião, por exemplo (Jornal Nacional. Edição do dia 17/01/2013, em http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013)

Segundo a mesma fonte, acima citada, “a iniciativa privada investiu R$ 280 milhões e a empresa vai receber R$ 2.100 para cada preso durante 27 anos. De acordo com o governo, o gasto hoje com um preso, no modelo convencional, é de R$ 2 mil.


“Se nós tivermos um desembolso para manutenção do preso, que seja próximo daquilo que o estado tem em média, em um sistema em que o estado constrói a unidade, mantém a unidade. Para o estado essa economia é imensa, porque os valores para a construção, o padrão dessa unidade também é acima da média do padrão das unidades existentes no país”, ressalta o secretário de Defesa Social de Minas Gerais, Rômulo de Carvalho Ferraz.

O presídio foi construído em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte (fonte//noticias.terra.com.br)
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra


                          REALIDADE ATUAL DE MUITAS PRISÕES 

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