Uma História Real
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foto meramente ilustrativa |
Condenado à
pena de 109 anos, 03 meses e 08 dias, O.M.S, deixará à prisão de regime fechado, progredindo ao
semiaberto, após cumprimento de 18 (dezoito) anos, no sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul.
“ERREI, estou
com vergonha”. Com estas palavras resumiu seu histórico de vida voltada ao
cometimento de crimes. Nascido de família humilde, com 12 irmãos, pais hoje
falecidos, se envolveu na vida do crime por conta da dependência química de
drogas, que durante esses longos anos afirma ter abandonado, quem acompanhou
seu histórico prisional não tem dúvida desta afirmação, devido seu exemplar
comportamento carcerário.
Iniciou sua
carreira criminal com cometimento de pequenos furtos, progredindo para roubos,
seguindo de roubos e estupros. Foi preso pela primeira vez em 11/07/ 1994, sendo
colocado em liberdade em 15/10/1994. Foi preso novamente em 29/11/1994
permanecendo preso, em regime fechado, até novembro de 2012, quando beneficiado
com progressão de regime ao semiaberto.
Dentro da
prisão; apesar do praticante da conduta criminal de delitos sexuais não serem
bem recepcionados; aprendeu a conviver entre todos presos. Deu entrada no
presídio de segurança máxima em 16/03/1995, onde ficou recluso num período de
grandes conflitos entre as recentes facções criminosas que começam a germinar dentro do sistema
penitenciários de Mato Grosso do Sul, principalmente com as transferências de
presos de nosso estado em permuta com presos do Estado do Paraná, quando as
ondas de violência começaram dentro da segurança máxima. Todas as semanas havia
mortes violentas, por disputa de espaços e controle daquele meio que ocupavam.
Em 14/05/2006, dia
das mães, quando eclodiu uma grande rebelião, e mais de mil detentos,
controlados por uma determinada facção criminosa “assumiram” o controle de
quatro presídios em Mato Grosso do Sul, noticiaram os jornais da época, O.M. S,
após conseguir se livrar dos rebelados, se entregou espontaneamente, pois não
queria participar do motim, sendo, então, transferido para o Instituto Penal de
Campo Grande por medida de segurança, pois, devido ao artigo, como dizem os
detentos, corria iminente risco de morte.
A vida
prisional de O.M. S foi pautada no
trabalho, estudo, comportamento exemplar, respeito aos seus pares, servidores e
autoridades com quem teve oportunidade de entrevistar-se. Só de remição de pena,
teve abatido do total de sua extensa condenação, 04 anos, 05 meses e 28 dias,
até 03/12/2009. Sua pena será extinta, pelo cumprimento integral, em 23/09/2100.
Pessoa de pouco
estudo, devido a rusticidade de sua vida, quando deu entrada em estabelecimento penal
tinha estudado até a 3ª série do primeiro grau. Aproveitando o tempo, com
intuito de abreviar seu tempo na prisão, matriculou-se na escola, concluiu o 1º
grau e 2º grau. Com a recente alteração da lei de execução penal, por ter
concluído o primeiro e segundo grau, ganhou um “plus” na remição de sua pena.
Em
semiliberdade, pretende prosseguir com os estudos e trabalho, já que constituiu
família e precisa dar sustento a si e aos seus, de seu passado de crimes diz
querer esquecer, e quer que sua mente se ocupe das coisas boas que aprendeu
nestes dezoito anos de cárcere em regime fechado.
Fonte: processo
de execução penal/ Tribunal de Justiça do Estado.